top of page

Para a medicina, a criança é menos afetada pelo covid-19 em relação ao adulto no que diz respeito aos sintomas clínicos o que nos faz levantar uma questão que entendemos ser de grande importância, mesmo sendo mais resistentes, mas quanto a questão mental, quais são as consequências para elas?


Desde o final do ano de 2019, a humanidade sofre com o contágio pelo novo coronavírus denominado Severe Acute Respiratory Syndrome Coronavirus2, Síndrome Respiratório Aguda Grave, que segue até então, sem vacina para o combate efetivo. Diante a isso, centenas de vidas foram perdidas e muitas famílias tiveram que atender aos pedidos dos órgãos de saúde para se isolarem socialmente, se distanciando dos seus entes queridos para evitar o contágio e isso se estende desde março, impactando profundamente, entre tantas coisas, as relações humanas.

Para a medicina, a criança é menos afetada pelo covid-19 em relação ao adulto no que diz respeito aos sintomas clínicos o que nos faz levantar uma questão que entendemos ser de grande importância, mesmo sendo mais resistentes, mas quanto a questão mental, quais são as consequências para elas?

Para Zimmermann (2020), a saúde mental das crianças no contexto da pandemia com o distanciamento ou isolamento social merece nossa atenção por possuírem características marcantes de afetividade e apego, podendo trazer consequências danosas para a saúde psicológica. Estudos realizados no país de origem da Covid-19, mostrou que o confinamento em casa de 220 milhões de crianças e adolescentes chinesas e mais 180 milhões de estudantes de escolas primárias e secundárias e 47 milhões da pré-escola, provocará impactos psicológicos, na medida em que estão sujeitas as relações de riscos, tais como agressões e abusos infantis, distanciamento afetivos dos entes queridos (avos, tios e amigos), estresse, ansiedade, tédio, frustação e outras questões que abalam familiares. (Zimmermann, 2020)

Foi com esse olhar que nos motivou a escrever esse artigo para entender qual é o papel das escolas diante a esse cenário, quando no retorno das crianças ao convívio escolar para ressocialização com amigos, professores e gestores. É importante frisar que o ambiente escolar reúne profissionais não somente para o processo do ensino e aprendizado, mais também, especialistas multidisciplinares como pedagogos, professores, psicólogos, gestores e todos preparados para o acolhimento e a ressocialização das crianças, por vezes abaladas, com muitas dúvidas e precisando retornarem suas vidas.

Para Linhares (2020), o contexto da covide-19 o importante é que todos das escolas, de forma responsável, abordem aspectos conceituais da Teoria do Caos no desenvolvimento e do estresse tóxico e promovam reflexões, do ponto de vista psicológico, sobre os efeitos potenciais da adversidade da pandemia no novo começo das crianças.

Segundo Bronfenbrenner (2011), a Teoria do Caos, nos mostra que o componente “pessoa”, fortalece a importância do contexto proximal que trata de características humanas como genética, fisiologia, gênero, temperamento, nível de atividade, entre outras, é necessária a proximidade das crianças com pessoas que convive para o seu desenvolvimento como por exemplo, os professores e amigos no ambiente educacional.

Devido ao covid-19 ser uma situação recente para o mundo, ainda são poucos os estudos científicos sobre os impactos psicológicos da ação do vírus para os humanos, mas segundo Jião (2020), já temos estudos que servem de base para o futuro sobre os impactos no desenvolvimento das crianças, a exemplo do trabalho de pediatras realizado na Província de Shaanxi (China) que analisaram as estratégias promotoras da resiliência em crianças e adolescentes para o enfrentamento das consequências psicológicas da covid-19. O estudo mostrou que, das crianças assistidas entre 3 e dezoito anos de idade de ambos os sexos foram identificados problemas emocionais e comportamentais como: distração, irritabilidade, agitação, dúvidas sobre a epidemia, excesso de apego aos pais, medo em não os ter mais e como consequências, ausência do sono, pesadelos, falta de apetite ou descontrole na alimentação.

Muitos dos sintomas identificados pela pesquisa, nos faz refletir o quanto as escolas têm o papel importante para o enfrentamento desses medos, pois os profissionais que aqui atuam, estão acostumados a lhe dar com eles de forma lúdica, didática, inclusiva e com profissionalismo que exige a situação.

De certo, para garantir uma proximidade com segurança para os alunos e demais pessoas que exige na situação da pandemia, as escolas devem seguir o protocolo de segurança no combate ao covid-19, promovendo o distanciamento nas salas de aula e nos espaços de vivência, realizando ações de proteção com o uso de álcool em gel e a limpeza em ambientes compartilhados pelas pessoas. Ainda nesse contexto da importância da proximidade com as pessoas da escola em todos os níveis, Bronfenbrenner (2011) afirma que nesse microcontexto, o papel dos pais é fundamental para a ressocialização escolar por conta da relação parental que vai além de cuidar ou educar, mas conduzir suas crianças para recriar a autonomia, independência e comportamento adaptativo. A atitude dos pais como promotores da segurança e autonomia das crianças fortalece a parceria com a escola, a fim de desenvolver as habilidades sociais dos alunos.

São dados científicos que nos ajudam a refletir da importância do retorno das crianças ao seu ambiente escolar e na reconstrução da saúde psicológica das crianças para fortalecer a parceria da escola e família no novo começo dos alunos no mundo. Assim, entendemos que, para o combate ao covid-19, o papel da escola é de fundamental importância, pois recoloca seus alunos no processo do ensino e aprendizado, construindo, ou melhor, reconstruindo a esperança no desenvolvimento social, para poder construir um futuro melhor, mais humano e saudável.

Referência:

2

© 2016. Por SIGA class Sistemas Integrados Gestão Acadêmica. São Luis Ma

bottom of page